Ausência
Na escola me ensinaram a dizer bem alto "presente", logo quando chamassem por meu nome.
Levei um tempo pra perceber que não se tratava de dar ou receber algo...rsrs
E atentos ouvia-mos nome após nome, presente após presente, e logo aprendi que todos aqueles que não estavam em sala de aula eram ausentes. Havia sempre uma disputa pra ver quem avisava mais rápido a professora, era normal ouvir duas ou três crianças gritando ausente porque a Juliana faltou, ou pela Rafaela ou Ana Laura, engraçado como a escola popula nossas memórias com nomes, tudo culpa da chamada.
Minha professora do primário me ensinou a dizer presente, mas foi Dona Ruth, professora de portugês que me apresentou Drumond, e finalmente foi este quem me ensinou o que é ausência de verdade.
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
1 Comentários:
A ausência ,muitas vezes, é mais apaixonante que a presença...
A ausência é romântica e aperta o coraçao dos apaixonados (leia-se , Anderson e Lau hehehe)...
A falta sim , é dolorida.
Mas quem reclama de falta quando se tem um coraçao bem eficiente em seus propósitos?
Adorei o post.
Abraços , moço!
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